O Rancho Folclórico de Aranhas nasceu em 1936 pelas mãos de Rui Martins Ferreira.
Ao longo da sua vida, o percurso nem sempre foi fácil e chegou a estar desactivado durante períodos mais ou menos longos.
Em 2002 ganhou um novo fôlego e é, actualmente, um dos símbolos não apenas da aldeia mas da região envolvente. Do seu passado fazem parte viagens um pouco por todo o país e algumas deslocações ao estrangeiro.
O vestuário representa o trajar da nossa região nos finais do século XIX. Por um lado, as cores vivas, principalmente das mulheres, demonstram bem a vivacidade, a alegria e a simplicidade das gentes da Beira. Por outro lado, as cores torradas, cor da terra, mais acentuadas no vestuário dos homens, é uma característica evidente no homem do campo.
O Rancho possui ainda algumas peças do trajo antigo como blusas, lenços, xailes, saiotes de mulher e camisas de linho para homem. O restante são cópias fiéis do antigo, tendo-se mantido inalterável desde a fundação do Grupo. Eram usados no final do século passado e princípios deste.
Homem: Calça de serrubeco, colete da mesma fazenda, com forro exterior encarnado ou ao xadrez, camisa de linho com colarinho direito, cinta preta com franja em volta da cintura, lenço vermelho (lenço tabaqueiro) ao pescoço, chapéu preto com duas borlas e botas de cabedal grosseiro na sua cor natural.
Mulher: Sapatos do mesmo material das botas dos homens para as bailarinas e pretos para as restantes; meias brancas bordadas, saiote rodado e às pregas de pano, de feltro de várias cores e barra com recortes ao fundo; blusa em que predomina o tom escuro, com efeitos e folhos; xaile de cor com flores ou um pavão bordado nas costas e colocado sobre os ombros, cruzando à frente para apertar atrás; e lenço de merino antigo, a apertar em cima da cabeça.
(in Aranhas, Ontem e Hoje, pág. 186)