A origem do povoado remonta pelo menos à presença dos romanos na Península, dado que é assinalada a passagem de uma estrada romana pela localidade e que se manteve como estrada medieval; outra prova da antiguidade do povoamento de Aranhas, é a proximidade da Estação Arqueológica da Arrochela, sendo igualmente significativos os testemunhos romanos; assim, é de crer que no seu território tivesse existido um remoto povoamento, embora se encontrasse quase extinto no principiar da Nacionalidade. No entanto, o local rapidamente se restaurou e parece ter alcançado importância bastante para a paróquia de Santa Maria das Aranhas estar já instituída no século XIII. É neste século que a freguesia ocupa um lugar de algum destaque, pois para além de estar instituída como paróquia, estava também instituída como um julgado de pequenas dimensões, "o julgado de Aranhas", já citado pelas Inquirições de 1290, como um dos que não continham algum prédio honrado ou que não fosse foreiro à coroa. É desconhecida a origem deste pequeno concelho que cedo desapareceu, suprimido pelo de Penamacor; todavia, são feitas referências a Aranhas num dos livros da chancelaria de D. Afonso III e no livro de forais antigos copiados para "leitura nova" de D. Manuel I, o que leva a crer que, sendo o mesmo documento, se trata de carta de foro daquele rei a Aranhas.
No Foral Novo de D. Manuel I dado a Penamacor, em Santarém a 1 Junho de 1510, Aranhas é a única freguesia mencionada, embora sem a independência medieval, pois aparece incluída no termo daquela vila e castelo de Penamacor.
No século XVIII, a freguesia de Aranhas era anexada à de Aldeia do Bispo por falta de população; porém, a partir do século XIX, a população cresceu notavelmente, do que resultou a sua separação de Aldeia do Bispo.
(Texto retirado de Memória Portuguesa)